Estudámos, nas aulas, de Português, alguns
exemplos da literatura popular e tradicional. Entre outras propostas, lancei
aos alunos o desafio de escreverem uma paródia, que é como quem diz a reescrita humorística de um conto. A
Caroliny Alves, do 8ºA, foi particularmente bem- sucedida.
Nesta
época natalícia, sempre mágica, deixamo-vos com um texto encantado e com humor.
Espero que gostem!
Amélia
R
Os três porquinhos
Era uma vez, numa aldeia distante, três
porquinhos espertalhões. Estes eram irmãos e cada um tinha uma casa.
Certo dia, um lobo que por ali andava, sentiu
grande fome e, lembrando-se dos porquinhos, resolveu ir atrás de cada um deles
para garantir a sua jantarada.
Primeiro o lobo dirigiu-se à casa do irmão do
meio, um porquinho muito, mesmo muito preguiçoso. Lá chegando, o lobo
deparou-se com uma casa inacabada, sem telhado, sem pintura e nem acabamentos.
Ao aproximar-se da porta, que como sempre
estava escancarada, o lobo entrou de rompante e com grande excitação exclamou:
- Olha só… mas que belo porquinho! Finalmente
poderei comer algo realmente delicioso!
- Comer?! Ih…comer? Isso dá muito trabalho!
Tens que me morder para tirar um bom pedaço, tens que mastigar, engolir e
depois… depois eu ainda desço pelo teu esófago e tens que fazer a digestão … Ó
meu Deus, eu nem consigo pensar na trabalheira que isso dá! Ó senhor Lobo,
deixe de comer e viva como eu, in…ten…sa…men…te… -
disse o porquinho que estava prestes a fechar os olhos.
O lobo, que rapidamente concluiu que aquele
porquinho não passava de um molengão magricelas, que da vida nada fazia, resolveu
ir atrás do irmão mais novo com a esperança de encontrar um jantar mais ativo.
Quando o lobo chegou à casa do porquinho,
bateu com grande força à porta, que não demorou muito a ser aberta.
- Ó senhor Lobo… entre,
entre! – convidou o porquinho que rapidamente tirava o avental sujo. – Chegou
mesmo em boa altura. Acabei de fazer um chazinho e as bolachinhas de chocolate
devem estar quase prontas…
Depois do chá, das bolachas de chocolate, do
bolo de caramelo, da caneca de chocolate quente, da tarte de maça, da tigela de
arroz-doce, do pudim, da marmelada, da mousse de chocolate e do pêssego em
calda, já o lobo estava a ver estrelas.
- Bem… penso que… ui! Penso que por hoje é
tudo. – disse aquele grande tufo de pêlo escuro enquanto que, em passos
vagarosos, caia sobre a mobília do porquinho, tentando chegar à porta.
- Ó Lobinho, veja lá se não se esquece de
tomar o copinho com o bicarbonato de sódio que lhe receitei! Uma boa digestão
para si! – gritava o porquinho da porta de casa , enquanto que quase perdia o
lobo de vista.
No dia seguinte, o lobo, que já estava pouco
esperançoso, foi à procura do palacete do porquinho mais velho. Na entrada havia
um grande portão que parecia feito de ouro e junto deste uma caixa de correio
do lado de fora.
Quando o lobo chegou, reparou que a caixa de
correio estava aberta, por isso não hesitou em ler a correspondência que estava
devidamente direcionada para o próprio:
Excelentíssimo
Lobo,
Visto que
a sua espécie é carnívora e que eu pertenço à sua cadeia alimentar, prevejo que
esteja aqui para comer-me. Como já calculava que este dia iria chegar,
precavi-me através de um sistema de raios laser, bem como cerquei todo o meu
palácio com cerca eléctrica e por fim as minhas câmaras instaladas avisar-me-ão
caso haja algum problema.
Lobinho,
fica desde já avisado que comigo estão os meus irmãos bem seguros, caso volte
atrás deles.
P.S: Não
fique exaltado, fiquei a saber que os sete cabritinhos estão muito apetitosos…tenta
a tua sorte rapaz!
Porquinho
Lupy
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