segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O sal da língua

O sal da língua
Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar,
para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.

Eugénio de Andrade





O poema acima foi extraído do livro "O Sal  da Língua", Fundação Eugénio de Andrade - Porto (Portugal), 1995.
A propósito deste poema, a Anastasiya Grakholska, do 11ºE, escreveu três palavras que são, para ela, o sal da língua.
As palavras não são apenas uma maneira de nós podermos comunicar, são muito mais do que isso… Mas, infelizmente, nem  todos lhes dão valor. 
Temos possibilidade de usar as palavras de forma ruim ou, pelo contrário, de forma delicada. Para mim, que sou, por vezes, uma pessoa bastante sensível, as palavras mais importantes são palavras bonitas e sem crueldade. Por exemplo, a palavra "família". Porque vivi sem os meus pais durante alguns anos, aprendi a dar valor a tal palavra. Também as palavras "amor" ou "amizade" me dizem muito. Pretendem transmitir coisas boas, positivas e isso agrada-me. Tenho muitos conhecidos, mas não posso dizer que tenha muitas amizades. Todos os adolescentes têm paixões, mas também não posso dizer que sei o que é o Amor.
Concluindo, posso dizer que o que sinto pela Amizade é carinho e preocupação e que pela minha Família sinto um grande Amor.


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