segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

IN MEMORIAM

Para sempre nos nossos corações.

"Foi pouco o tempo que passámos juntas, demasiado pouco, mas tu, com esse sorriso encantador, essa alegria de viver, toda essa simpatia, prontidão em ajudar e aconselhar, fizeste com cada momento valesse a pena. Nem eu, nem esta biblioteca voltaremos a ser as mesmas sem ti… minha querida D. Helena.". - Inês Romão , 12ºB.


«Já lá vão quatro anos desde "que caí de paraquedas" nesta escola. Estas palavras foram ditas pela pessoa mais maravilhosa que conheci na mesma. Uma pessoa muito querida, muito amiga e que sempre me ajudou quando precisei. Obrigado por tudo, D. Helena. Descanse em paz.»  - Xavier Oliveira, 10º F




Não vou escrever nada do género "Vou ter saudades". Claro que vou ter. Eu e toda a gente que a conhecia. Mas a Dona Helena não quereria que tivéssemos pena dela. Quereria que nos lembrássemos dela não pelos últimos momentos, mas pelos melhores. Por isso vou apenas relembrar os momentos que passámos. A Dona Helena tentava livrar a biblioteca de "rebeldes" que iam para lá fazer barulho. Nunca conseguia, por mais que tentasse, e andavam sempre a provocar-se uns aos outros. Gostava de tudo muito arrumadinho e todas as mochilas tinham de estar no devido sítio. Por muitas vezes levei a minha para dentro da biblioteca propriamente dita, mas a Dona Helena era demasiado astuta e perspicaz, e eu era obrigada a andar aqueles dez passos cansativos até ao armário de mochilas. Ajudou-me imensas vezes quando eu queria ler e não sabia o quê. Foi graças a ela que li o livro "Capitães da Areia". Também me ajudava quando eu sabia exatamente o que queria ler mas não fazia ideia onde estava. Tinha uma memória fotográfica - ou bibliográfica, acho que faz mais sentido neste caso - e a sua cabeça sabia de cor todos os livros da biblioteca, seus sítios e autores. Quando eu tinha de ficar na escola sem nada para fazer, ia para a biblioteca conversar com ela. Falávamos de tudo. No último dia de aulas, falávamos do fim das aulas. Eu achava ótimo e ela horrível (gostava mesmo do que fazia...). No primeiro dia de aulas falámos do começo das aulas. Eu achava ótimo e, claro está, ela também, apesar de tanto trabalho. Por isso ajudei-a a pôr os livros em ordem.
Numa das conversas contou-me que adoraria ir à Índia. Eu prometi-lhe que um dia iríamos juntas.
Obrigada 
Matilde Ribeira

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