No âmbito da disciplina de Português, vimos o filme “Os Maias
– cenas da vida romântica” do realizador João Botelho.
Este filme é baseado integralmente no romance de Eça de Queirós,
que retrata a história de três gerações da família Maia.
Esta obra dá a conhecer uma ligação incestuosa entre Carlos
da Maia e Maria Eduarda. Este romance terminou com Maria Eduarda a partir para
o estrangeiro e Carlos da Maia a fazer uma viagem pelo mundo. Regressou a
Lisboa passados dez anos, onde se reencontrou com o seu velho amigo Ega.
Os aspetos de que mais gostei do filme foram: a personagem
João da Ega, desempenhada pelo ator Pedro Inês. João da Ega era um boémio,
intelectual, excêntrico, exagerado, de certa forma caricatural e incapaz de
concluir o que quer que fosse. Também gostei da personagem Carlos da Maia,
desempenhada pelo ator Graciano Dias. Carlos era culto, bem educado, corajoso,
frontal e generoso.
Por fim, também gostei do facto de existir um narrador que lê
na íntegra algumas passagens do texto e que incorpora alguma riqueza literária.
O aspeto de que menos gostei foi a inexistência de
exteriores, ou seja, os cenários eram pintados substituíam os locais – o Douro,
o Chiado, ... Tudo isto originou um filme bastante teatral.
A meu ver, o
visionamento deste filme foi bastante importante e enriquecedora porque nos
permitiu per uma percepção e abordagem diferentes e originais dos
acontecimentos e do enredo da tão famosa obra de Eça de Queirós, “Os Maias”.
5 de fevereiro
Inês Figueiredo, nº 14, 11º E
Apreciação crítica do filme “Os Maias – episódios da vida
romântica” de João Botelho
No dia 30 de janeiro tive a oportunidade de assistir ao filme
“Os Maias” do realizador João Botelho, que adaptou o conceituado romance de Eça
de Queirós, também assim intitulado.
Primeiro, é importante realçar que este realizador português
teve um grande desafio com este filme porque acaba sempre por ser, ou quase
sempre, ingrata a tarefa de adaptar romances de renome ao cinema. E uma obra
com a grandiosidade e riqueza d’”Os Maias” é, por ventura, o maior feito da sua
carreira enquanto realizador.
E a verdade é que o seu trabalho se revelou, na minha
opinião, interessante e proveitoso. A intriga amorosa tem um papel central no
filme e confere-lhe dinamismo e objetividade à medida que capta a atenção do
público. Aliás, a diversidade de episódios do livro não permitiria outra
abordagem porque o filme tornar-se-ia confuso e pouco apelativo caso o
realizador resolvesse incluir todos os pormenores realistas de Eça de Queirós.
Todavia, apesar da objetividade geral, João Botelho acabou
por cometer diversos erros com a inclusão de alguns episódios pois alguns
apareceram fora do contexto, como quando o Eusebiozinho se vestiu de anjo.
Outros foram mal abordados, como aconteceu com o episódio do “Hotel Central”,
que pecou pela sua curta duração; ou o episódio da “Corrida de cavalos” que
apareceu completamente desvirtuado. Mas os acontecimentos do livro não foram
deturpados, apenas encurtados.
Destaco pela positiva o episódio do “Sarau”, que contou com
uma bela representação de Pedro Lacerda no papel de Tomás de Alencar.
Na minha opinião, os atores foram, de uma forma geral,
bastante competentes. Destacaria a prestação sóbria de João Perry enquanto
Afonso da Maia e o caráter que Pedro Inês conseguiu incutir ao grande João da
Ega.
Em suma, trata-se de um filme bastante fidedigno por não ter
deturpado qualquer acontecimento e que relata bastante bem a intriga amorosa
presente no romance de Eça de Queirós.
Porém, não substitui a leitura integral do nosso talentoso
Eça de Queirós!
Rui Pedro Malafaia Salgueiro Ferreira, nº 27, 11º D
9
de fevereiro de 2015
O filme
"Os Maias - Cenas da Vida Romântica", uma adaptação da obra de Eça de
Queiroz, constitui um marco importante para a literatura, para o cinema e para
a sociedade portuguesa, apesar de vários aspetos negativos.
Em primeiro
lugar, a utilização de cenários (pinturas a óleo) para o filme, em vez de
espaços exteriores, não foi bem conseguida. Ainda que tenha sido uma opção
estética e mais barata, o filme ganharia muito mais ao ter sido realizado no
exterior, em regiões como o Douro e Lisboa, de enorme beleza.
Em segundo
lugar, o filme carece de ação e emoção dramática. Nota-se, assim, a falta de
cenas fortes, que captem a atenção do público. Para além disso, a interpretação
de alguns atores e, muitas vezes, a captação da imagem revelam uma interpretação
teatral, não de cinema.
Em terceiro
lugar, houve alguns cortes no filme, o que foi, sem dúvida, evidente, pois
tornou-se difícil de acompanhar certos momentos da obra. Apesar de ser a versão
curta do filme, a verdade é que este facto poderia ter sido menos notório.
No entanto,
há, de facto, aspetos positivos a destacar. A maioria dos atores teve uma
excelente interpretação e conseguiu aproximar-se das personagens da obra. A
fidelidade ao texto original é também um ponto positivo a acrescentar. A
presença de um narrador, que, ao longo do filme, lia diversas passagens da
narrativa, incorpora bastante riqueza literária ao mesmo, já que a obra fala
por si.
Assim, este
filme é deveras importante, na medida em que evidencia a obra queirosiana,
muito apreciada pela sociedade. A adesão ao filme (não só da população em
geral, mas também de alunos) é, então, compreensível.
Edna
Boliqueime, n912,119E
5
de fevereiro de 2015
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