sábado, 7 de fevereiro de 2015

Texto feito a partir do verso de Vitorino Nemésio, «Eu gostava de ter um alto destino de poeta (…)», do poema “O Bicho Harmonioso” Eu gostava de ter um alto destino de jogador de futebol.

Percorrer o mundo, ganhar muito dinheiro a fazer aquilo de que gosto. Ter uma família enorme, poder dar-lhes tudo do melhor, para além de amor e carinho. Ajudar os mais pobres, o país ter orgulho em mim, as pessoas por todos os lugares verem-me como um dos melhores. Mas há muito mais para além disto. A sensação de entrar dentro de campo, com sessenta mil pessoas a gritarem o meu nome, ouvir cânticos das claques, aquele ambiente festivo que, no fundo, é o que o futebol tem de melhor. A sensação de poder defender um penálti num grande jogo. Poder ser um exemplo de trabalho e humildade para os mais novos. Já nestes clubes pequenos onde eu jogo é uma sensação fantástica ouvir todos a dizerem que tenho futuro e que sou um grande guarda-redes. Cresci nos campos de relvado, desde miúdo que tenho este fascínio pelos campos de futebol e pelo trabalho de equipa. Por alguma razão o futebol é o desporto rei de todos os desportos, ele desperta sensações tanto aos que o veem como aos que o jogam. É difícil perceber isto quando nunca se jogou, pode até parecer estúpido quando há tantas outras coisas com que nos devemos preocupar. Por vezes paro, olho para o mundo de outra maneira e vejo o mal que existe nele, a violência, a fome, as crueldades que por vezes vemos nos média e percebo que o futebol não é o mais importante, nunca será. Simplesmente, gostava de seguir essa carreira. Mas se não puder seguir este caminho, terei de optar por outro, por outra coisa de que goste, mas em que me sinta igualmente bem. 

Fábio Fernandes, 11ºE


Sem comentários:

Enviar um comentário