terça-feira, 30 de novembro de 2010

Texto de uma aluna - Disciplina de Língua Portuguesa

“Nós também somos ”feitos” pelos livros que nos marcaram, pelos filmes que vimos e pelas músicas de que gostamos.”
Manuel Gusmão



Não há pessoas más, tal como não há pessoas boas. Há pessoas, apenas. As pessoas “vão-se fazendo”. Fazem-se, aos poucos, moldadas pelo mundo que as rodeia, adaptando-se à sociedade e mudando de acordo com as vivências. As coisas que fazemos fazem-nos a nós e, no fundo, é por isso que são feitas. É por isso que a arte existe. É por isso que a arte é feita. É porque somos feitos dela.
                Um dia, Walt Disney (partindo de Shakespeare) disse: “Somos feitos da mesma substância que os sonhos”. E depois fez-nos ter sonhos, recorrendo, claro está, à arte. Criou filmes que fizeram a nossa infância. Criou filmes que nos fizeram crescer, mas, ao mesmo tempo, sermos sempre crianças. Criou filmes que nos fizeram sonhar. A verdade é que somos feitos desses filmes. “A Bela e o Monstro” ensinou-nos que devemos amar as pessoas apesar da aparência. “Cinderela” fez-nos acreditar que podemos ser quem nós quisermos, mesmo que só por uma noite. “A Pequena Sereia” recordou-nos que, por vezes, temos de abdicar do que temos para perseguir os nossos sonhos. Todos estes filmes deixaram um pouco deles dentro de nós. E no fundo, sim, somos feitos da mesma substância que eles. Somos feitos da mesma matéria que os sonhos.
                A propósito disto tenho a dizer que ainda hoje espero por uma carta, trazida por uma coruja-das-neves, que me diga que Hogwartz está à minha espera. Mais uma coisa que fez a nossa infância: os livros da saga “Harry Potter”. Obrigada J. K. Rowling, obrigada por ter feito de mim e de milhões de jovens pessoas melhores, pessoas que acreditam em magia, pessoas que quando estão no escuro dizem “lumos” e parece-lhes que tudo fica mais iluminado. É isto que nos faz. Pequenas palavras, pequenas magias, pequenas esperanças.
                Somos feitos também de sons, de imagens, de cheiros... Somos feitos de canções de embalar, que a nossa mãe nos cantava; músicas que acompanharam o nosso primeiro baile; sons que nos recordam pessoas e momentos e que, quando os ouvimos, é-nos quase impossível não sorrir… ou não chorar. E somos feitos de imagens: momentos que vivemos, vidas diferentes das nossas e até pequenos rabiscos, que para nós não são mais que arte.
Inês Isabel Raposo Capelo (11º E)
Novembro de 2010

1 comentário:

  1. Parabéns à autora! É um texto muito sensível e muito bem construído: com "arte" aconchega-se em nós.
    Caribaci

    ResponderEliminar